quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Swami Prabhupada: fundador do movimento Hare Krishna, e um racista virulento, anti-semita





Swami Prabhupada: fundador do movimento Hare Krishna, 
e um racista virulento, anti-semita

Palash Ghosh




Abhay Charanaravinda Bhaktivedanta Swami Prabhupada, mais conhecido como A.C. Bhaktivedanta ou simplesmente pelo honorífico “prabhupada” – foi um Bengali Hindu indiano, líder espiritual que fundou a Sociedade Internacional para a Consciência de Krisha, em si mesmo melhor conhecido como movimento “Hare Krishna”.
Prabhupada, que morreu em 1977, criou sozinho um fenômeno global que espalhou o “vaishnavismo”, uma seita do hinduísmo, até os extremos confins da Terra. Praticamente todas as grandes cidades (e até mesmo algumas cidades menores), na Europa, América do Norte, Austrália e América do Sul, - para não mencionarmos a própria Índia – possui hoje templos a Krishna, devotos com cabeça raspada e vestindo roupas açafrão.
O movimento Hare Krishna – que também, sem dúvida, ajudou a popularizar o yoga no mundo ocidental – atraiu um número igual de admiradores e críticos hostis fora da Índia. No entando, em sua essência, o movimento promoveu algumas atividades muito benevolentes e saudáveis, incluindo a oração, devoção a Deus, a paz, o vegetarianismo e a monogamia (ou, em alguns casos, a abstinência sexual).
Mas o homem que liderou o império Hare Krishna, Prabhupada, defendeu algumas visões controversas muito polêmicas, até mesmo ultrajantes, para aqueles que são, de outro modo, simpáticos ao comportamento espiritual e à teologia.
Por um lado, Prabhupada vomitou um ódio racial cáustico para com os negros/africanos – repetidamente e de forma explícita. Os exemplos de sua intolerância racial são numerosos, e frequentemente registrados em palestras e conversas privadas com seus muitos devotos e discípulos ao longo de décadas.
Mesmo se algum dos seus comentários foram tomados fora de contexto (como seus defensores e apologistas às vezes afirmam), o volume e a magnitude do seu imenso fanatismo não pode ser ignorado, nem revestido de açúcar.
Parte do ódio aos negros por Prabhupada resultou de suas profundas crenças hindus, que os povos de pele escura representam a parte inferior da hierarquia da raça humana – um reflexo direto baseado no antigo sistema de castas de cores da Índia.
Por exemplo, em abril de 1968, numa carta para um discípulo sênior, chamado Satsvarupa Dasa Goswami (nascido italiano católico romano, em Staten Island, com o nome de Stephen Guarino), Prabhupada escreveu: “Certamente não vamos dizer essas coisas sobre o povo negro publicamente, nós não fazemos distinção entre preto e branco, ou demônio e semideus, mas, ao mesmo tempo, contanto que seja demônio ou semideus, nós temos que agir de forma adequada”. Estas palavras, que sugerem que os negros devem ser mantidos a uma distância, foram proferidas logo após o assassinato de Martin Luther King Jr.
Durante um discurso antes de uma aula em Los Angeles, no final daquele ano, Prabhupada contou uma historia bizarra de como o apartamento dele, onde estava hospedado em Nova Iorque, tinha sido assaltado e sua máquina de escrever roubada. “Quando eu voltei [ao apartamento] vi a porta quebrada”, disse Prabhupada. “O síndico [do prédio] era um negro. Eu sei que fora ele quem tinha feito aquilo. Isso é muito comum aqui na América”.
Numa conversa com os devotos nas ilhas Maurício, em 1975, Prabhupada criticou o materialismo grosseiro do Ocidente e, simultaneamente, censurou às pessoas negras: “Isso tudo [a civilização] é absurdo”, declarou ele. “Um carro Rolls Royce de primeira classe, e quem está sentado nele? Um negro de terceira classe. Isso é o que está acontecendo. Você irá encontrar estas coisas na Europa e na América. Isso é o que está acontecendo. Um carro de primeira classe e um negro de terceira classe”.
Prabhupada frequentemente usava o termos “negro”, apesar de a palavra ter entrado em desuso na maioria dos países de língua inglesa.
O tema do negro, como amaldiçoado por Deus, e sem esperança para além da redenção, apareceu várias vezes nos comentários de Prabhupada.
Durante uma sessão de iniciação em Bombaim (agora chamada de Mumbai), ele disse a alguns devotos que estavam se preparando para irem a África: “Vocês têm uma boa oportunidade. Vocês estão indo para a África, para oferecer a aquelas pessoas... aqueles grupo de homens são considerados muito caídos... os negros. Eles estão habituados a roubar, por isso, eles foram destinados a viverem em locais separados, nas selvas africanas”.
Para um homem que veio de um país colonizado pelos britânicos, Prabhupada fez algumas declarações bastante chocantes sobre o imperialismo, em particular, pertinentes aos Estados Unidos. Em uma discussão com um discípulo chamado Syamasundara Dasa, Prabhupada parecia equiparar os nativos americanos (pejorativamente chamados de “peles-vermelhas”) da América do Norte, com os shudras (a mais baixa casta; os índios de pele mais escura no sistema de castas da Índia). “Shudras [negros] não têm cérebro”, disse ele. “Nos Estados Unidos também, toda a América pertenceu aos índios pele-vermelha. Por que eles não prosperaram? A terra estava lá. Por que fizeram isso os estrangeiros, os europeus, que vieram e prosperaram? Então, os Shudras não podem fazer quaisquer melhorias”.
Prabhupada, aparentemente, também abraçou profundamente o mito do “ariano”, super-raça, que ligou os povos antigos da Índia com a Europa e os Estados Unidos. Durante uma palestra na Austrália, dada um ano antes a sua morte, Prabhupada declarou que “Os Aryanos se espalharam também para a Europa, e os norte-americanos, também, se espalharam a partir da Europa. Assim, a classe inteligente do ser humano pertence aos arianos, a família ariana, do modo como Hitler afirmou que ele pertencia à família ariana”.
O Swami também igualou os Dravidianos, isto é, os habitantes originais de pele escura da Índia, que agora predominam no sul daquele país, aos negros africanos. Ele também lamentou que os Dravidianos (negros) misturaram-se com os arianos (brancos) ao longo da história indiana, incluindo a sua terra nativa, a Bengala. “Na Bengala... os pretos se misturaram com os brancos”, ele se queixou. “Na Bengala e em Madras [agora chamada Chennai, uma cidade no sul da Índia] muitos Dravidianos misturaram-se com os arianos. Portanto, na Bengala e em Madras vocês encontrarão muitos negros”.
Os Dravidianos, declarou Prabhupada, são “não-arianos. Assim como estes africanos, eles não são arianos”.
Parece que Prabhupada advertia que a mistura de raças que ocorreu na Índia estava ocorrendo também na Europa e na América, e que isso iria criar sérios problemas no futuro.
Ele também declarou algumas opiniões profundamente pessimistas sobre a questão do conflito racial dos Estados Unidos. Falando em Teerã, no Irã, em 1976, Prabhupada declarou: “Eu não acho que a questão dos negros [nos Estados Unidos] esteja resolvida... os brancos, ainda, eles não gostam dos negros. Onde quer que haja negros, no bairro que seja, os brancos não irão... embora a eles [aos negros] têm lhes sido dado direitos iguais, mas no coração dos brancos, eles não gostam disso. Existe alguma melhoria nisso? Eu acho que não”.
Prabhupada, também, parecia endossar a segregação, a separação de raças, referindo-se ao comportamento no reino animal. “[pretos] corvos, não irão gostar de viver com os patos e com cisnes brancos”, teria dito durante uma viagem de trem na Índia, durante o último ano de sua vida. “E cisnes brancos não gostam de viver com os corvos. Isso é uma divisão natural”.
Numa conversa com um discípulo americano, chamado Ramesvara, Prabhupada sugere que sem o controle do governo, por meio do bem-estar, as pessoas negras se tornariam “fora de controle”, e criariam a desordem na sociedade. “Especialmente no seu país [EUA] vai ser perigoso, porque esses negros, se eles não tiverem emprego, eles vão criar o caos”, disse ele. “E eles não são civilizados. Eles querem dinheiro, e se eles não recebem dinheiro, então eles irão criar grandes confusões”.
Em fevereiro de 1977, numa conversa em Mayapur, ao longo do Ganges, Prabhupada pontificou o que deve ser feito com os “negros” (os shudras) da Índia, mais uma vez, igualando-os com os Afro-americanos dos Estados Unidos. A espantosa maioria, como Prabhupada sugeriu, das pessoas negras, devem permanecer presas. “Os shudras devem ser controlados”, disse ele. “Eles nunca devem estar livres. Assim [deve ser] nos Estados Unidos. Os negros eram escravos. Eles estavam sob controle. E uma vez que vocês deram a eles os mesmos direitos, eles estão perturbando, mais perturbação, sempre criando situações temerosas [esses negros] são incultos e bêbados. Que tipo de treinamento eles têm? Eles têm direitos iguais? É melhor para eles mantê-los sob controle, como escravos, mas dando-lhes comida e roupas suficientes, não mais do que isso. Então, eles irão ficar satisfeitos”.

Anti-semita
Prabhupada também tinha algumas palavras escolhidas sobre os judeus. Numa outra conversa com Ramesvara, Prabhupada alegou que Hitler matou os judeus na Alemanha, porque os bancos nos Estados Unidos e Europa Ocidental [supostamente controlados pelos judeus) estavam ajudando a financiar Vladimir Lenin, a revolução comunista na Rússia, e em outros lugares. “Eles [os banqueiros judeus] estavam financiando contra [os interesses] a Alemanha”, disse Prabhupada. “Caso contrário, ele [Hitler] não teria inimizade contra os judeus... os judeus têm dinheiro. Eles querem investir e obter algum lucro. Seu único interesse é conseguir dinheiro, [não] nacionalismo, [não] religião, nada do tipo.. .portanto, Shakespeare escreveu ‘Shylock, o judeu”.
Além disso, falando em Nova Iorque, em março de 1966, o Swami declarou: “Hitler era um ótimo aluno do Bhagavad-gita [escritura clássica hindu]”.
Um devoto chamado Gopagopisvara Dasa escreveu que Prabhupada claramente abraçava o racismo e a eugenia. “Prabhupada certamente acreditava que havia uma raça humana mestre, os arianos, e que eles eram brancos ou bege”, escreveu ele. “A maioria das outras raças, como africanos ou nativos americanos, eram inferiores”.
Claro, Prabhupada nunca iria admitir que ele era um racista, pelo menos não da maneira que os ocidentais entendem essa palavra. Ele provavelmente nem sequer entendeu o furor que suas observações teriam feito (que foram transmitidas a um público amplo, e que não estaria durante a sua vida). Conceitos como “direitos civis”, e “igualdade humana”, são realmente sem sentido para alguém como Prabhupada, quem se dedicou a sua vida quase que exclusivamente a antigos textos védicos, e preparando para o próximo mundo.

fonte: IBT

2 comentários:

  1. E como poderia ser assim com alguém que
    recebe o nome de "sua Divina Graça"?

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  2. os maiores crimes são cometidos em nome da santidade e do sagrado.

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